— Chegamos a comentar exatamente isso. Eu expressei o meu ponto de vista que é o ponto de vista dela, que o governo já vem dizendo há algum tempo: não dá para parar o país — afirmou Coutinho.
O governador disse que o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Augusto Nardes, na última segunda-feira, demonstrou preocupação com a paralisação das obras e mostrou disposição de buscar uma solução. Coutinho avalia que o prejuízo com uma eventual interrupção dos projetos será maior que o causado pela corrupção.
— A presidente quer agilidade das obras, quer concluir as obras. Eu, como governador, também quero. Todo mundo que é beneficiado quer ver as obras concluídas. Imagine parar uma transposição do São Francisco agora, e todo esse investimento feito, bilhões (de reais), ficar pela metade e a água não chegar. Onde vamos parar? — afirmou o governador, acrescentando:
— Essa é uma preocupação dela (Dilma).
Segundo Coutinho, a Polícia Federal está investigando, o Poder Judiciário está acompanhando e depois vai punir os envolvidos, o Congresso deverá construir uma legislação que permita o melhor controle da sociedade sobre os recursos públicos, mas "o país não pode paralisar". Obras importantes, argumentou o governador, estão sendo tocadas por essas empreiteiras, incluindo o projeto de transposição do rio São Francisco, principal tema da audiência.
— Eu acho que o país está vivendo em torno de uma única agenda, que é uma agenda regressiva. É como se no país existisse apenas Petrobras e o escândalo da Petrobras. O escândalo da Petrobras é para ser tratado pela Polícia Federal, posteriormente, pelo Poder Judiciário, punir quem por ventura precise ser punido, mas o Brasil precisa ter outra agenda. O Brasil não pode viver simplesmente com uma agenda regressiva, negativa. O Brasil tem de compreender que existem dificuldades no mundo e ele precisa se esforçar muito para poder ultrapassar essas dificuldades e afirmar uma agenda positiva para a nossa nação. Isso independe de partido político. É fundamental que os demais poderes preservem isso. Evidentemente que qualquer pessoa de bom senso sabe muito bem que seria impossível para um país desta dimensão e com empresas com tamanho enorme paralisarem todas as obras que fazem pelo país afora — argumentou.
O governador afirmou que Dilma defendeu agilidade na obra do São Francisco e disse que até meados de 2016 o projeto deverá estar apresentando resultados no sertão nordestino. Coutinho, por sua vez, pediu a construção do terceiro eixo, um investimento de R$ 200 milhões, que deverá ser incluído na terceira fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ele disse que o governo do estado está fazendo investimentos para que a água do São Francisco seja melhor distribuída na Paraíba.
— Temos obras em todo o país que estão sendo feitas por essas empresas envolvidas, inclusive a transposição do São Francisco — afirmou.
O governador disse que, além de analisar os efeitos da operação Lava Jato, eles trataram de outras obras de infraestrutura na Paraíba. Segundo Coutinho, será necessário modernizar e ampliar o Porto do Cabedelo e o Aeroporto Cássio Pinto, que estão "ultrapassados".
— Eu insisto em uma coisa, inclusive com o meu partido, o PSB: precisamos ter uma agenda positiva para o país. O país não se resume ao escândalo da Petrobras, que é extremamente grave. Pessoas estão sendo presas, verdades estão surgindo, recursos sendo devolvidos e esperamos que isso não volte a acontecer. A corrupção é a pauta da Polícia Federal e do Poder Judiciário. É fundamental a punição, acabar com a impunidade, mas é fundamental que os agentes públicos, que o Congresso, os poderes construam outra pauta, para não ficarmos três anos discutindo um escândalo atrás do outro e o país parado. É preciso que o país invista — disse ele.
F:MSN
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