PF busca últimos foragidos da Operação Lava Jato


A Polícia Federal (PF) ainda está buscando dois dos 25 investigados na sétima fase da Operação Lava Jato que tiveram a prisão decretada na sexta-feira passada.
Eles seriam o suposto lobista Fernando Soares, também conhecido como "Fernando Baiano", e Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP).
Ambos não foram localizados pelos agentes da PF e, portanto, são considerados foragidos. Eles estão proibidos de sair do país e a Interpol teria sido acionada para ajudar a PF a localizá-los.
Soares e Negromonte são acusados de envolvimento no escândalo de desvio de recursos da Petrobras para partidos políticos, que vem sendo investigado pela Lava Jato há oito meses.
Soares foi acusado pelo doleiro Alberto Youssef, responsável por "lavar" o dinheiro desviado da estatal, de fazer a "ponte" com o PMDB no esquema - embora o partido negue qualquer contato institucional com ele.
Negromonte também é acusado de trabalhar com Youssef, transportando parte dos recursos usados para o pagamento de propina.
Seu irmão esteve à frente da pasta das Cidades durante o governo Dilma Rousseff.
Neste domingo, a PF voltou a tomar o depoimento dos detidos na operação - o que só deve terminar na terça-feira.
Alguns presos também foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) para serem submetidos ao exame de corpo de delito.
Nesta sétima fase da Operação Lava Jato, o alvo das investigações foram as empresas acusadas de fazer cartel nas licitações da Petrobras e "corromper agentes públicos".
Na sexta-feira, a PF prendeu quatro presidentes de grandes empreiteiras e 15 executivos, além do diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque (indicado pelo PT para o posto).
No sábado, mais três executivos se apresentaram à Superintendência da PF em Curitiba, que está cuidando do caso.
Foi a primeira vez que tantos funcionários de alto escalão de grandes empresas brasileiras foram presos em uma operação anti-corrupção.
Em uma entrevista coletiva em Brisbane, na Austrália - aonde participou de uma reunião do G20 -, Dilma afirmou considerar que a Lava Jato “pode mudar o Brasil para sempre”.
“Eu acho que isso mudará para sempre as relações entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e as empresas privadas", disse a presidente.
"O fato de nós, neste momento, estarmos com isso de forma absolutamente aberta sendo investigado, é um diferencial imenso.”

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