Comboios de contrabandistas espantam pescadores no rio Paraná

[ lustrado ] Foi necessário um caminhão cegonha para realizar o transporte dos barcos lotados com contrabandos.

Já foi o tempo em que a pescaria nas águas do rio Paraná era atividade de lazer, para descanso dos amadores e sustento dos profissionais, sem oferecer risco aos praticantes. É que o grande fluxo de comboios de embarcações com contrabando que transitam durante a noite no rio Paranazão está espantando e assustando os pescadores. Quem se arrisca, vai para a água somente durante o dia. Ao anoitecer, o rio vira terra de ninguém.

A atuação dos contrabandistas é facilitada pela grande extensão da fronteira por água entre o Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai. Também contam com o pouco efetivo policial que atua na região. Ao longo do trecho onde as atividades são mais intensas, é grande a existência de pontos que são rapidamente transformados em portos clandestinos e utilizados para a carga e descarga da mercadoria contrabandeada.


O trecho considerado mais complicado começa na barranca do rio Paraná em Querência do Norte e vem margeando as ilhas do Parque Nacional de Ilha Grande, descendo até Guaíra, passando por Altônia, Icaraíma e Alto Paraíso.


Em Altônia, os pescadores estariam inclusive sendo avisados com antecedência dos dias em que não deveriam ir para a água, para não incomodar o ‘trabalho’ dos contrabandistas.


Na madrugada do último dia 25, policiais federais conseguiram surpreender um desses comboios, em Porto Natal, município de Querência do Norte. O resultado foi à detenção de três pessoas e à apreensão de 1.200 caixas de cigarros de origem paraguaia, além de um caminhão furgão, dois carros pequenos e seis lanchas, sendo quatro com pelo menos sete metros cada e com motores super potentes.


A polícia estima que cada barco consegue transportar até 100 caixas de cigarro por viagem. O uso de lanchas grandes e potentes demonstra a profissionalização dos contrabandistas e a credulidade na impunidade, pois apesar de serem embarcações velozes a ocultação é difícil.


Os detidos e os veículos foram encaminhados para a Delegacia da Polícia Federal em Guaíra, responsável pela apreensão. Foi necessário um caminhão cegonha para realizar o transporte dos barcos lotados com contrabandos. Segundo a PF, o valor do prejuízo atribuído aos contrabandistas na operação ultrapassa R$ 1,5 milhão.


De acordo com a PF, as operações ao longo do rio Paraná são constantes, mas é difícil conseguir surpreender os contrabandistas, que utilizam ‘olheiros’ nas margens para despistar a polícia. Na operação realizada no dia 25, a equipe da PF estava no rio quando encontrou as lanchas e houve a abordagem. O caminhão acabou sendo apreendido porque atolou próximo as margens. O veículo já estava carregado com o cigarro.


Essa é a segunda grande apreensão de cigarros e veículos efetuada pela PF nos últimos trinta dias. A outra aconteceu em um porto clandestino nas proximidades do balneário de Porto Camargo, em Icaraíma. Na ocasião, houve a apreensão de dois caminhões furgões, cinco carros pequenos e barcos, além de cigarros. O prejuízo também ficou estimado em R$ 1.5 milhão aos contrabandistas.


Fonte: Tá na Mídia Navirai

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