Tudo corria tranquilamente. Um dia normal de ida ao centro da cidade de Dourados para compras cotidianas. Não fosse um pequeno imprevisto: uma batida no para-choque do carro. “A primeira coisa que pensei foi 'E agora? Bateram no meu carro!”, conta a professora Lígia Mota, 30 anos. Mal sabia que dali em diante, os danos materiais seriam os últimos de seus pensamentos.
Ao contornar o veículo, a mãe de Lígia encontrou um bilhete no para-brisa e "nem era uma multa", diz. “Bati no seu carro. Vou pagar”, trazia o papel assinado e com contato de telefone. “Na hora eu fiquei sem ação. Não esperava por isso. Ela podia ter batido e ido embora, é o que sempre acontece. Mas não, deixou um bilhete”, disse Lígia.
Em seguida, a professora ligou para a condutora identificada como Cleide. Ela foi atendida pela filha da mulher que informou que a mãe passava mal por conta do acidente, mas se comprometia a retornar. “Nos falamos e ela foi super solicita, disse que ia pagar e que não era para eu me preocupar”, conta Lígia ao explicar desde que leu o bilhete foi tomada por um profunda reflexão.
“Passei a tarde toda pensando nisso. O trânsito é tão caótico por aqui, que quando acontece algo bom toma a proporção que tomou”, diz a professora ao tentar explicar o motivo pelo qual sua postagem em um grupo no Facebook recebeu tantas curtidas.
“Foram mais de 700 curtidas. Acho que isso é reflexo da situação que vivemos. As pessoas estão muito descrentes. “Em um episódio como este a gente para e pensa que é preciso julgar menos. Foi um “acidente”, mais ou menos, por que acredito que tenha servido para eu repensar as minhas próprias atitudes”, disse.
“Não te conheço... Mas espero que dê tudo certo! Desde já obrigada pela boa índole e respeito ao próximo”, escreveu a professora na postagem de agradecimento à Cleide. Que mais bilhetinhos sejam espalhados por aí e, mais que isso, que eles impulsionem as nossas reformas internas.
Fonte: MidiaMax
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