João era garçom e abusou de pelo menos cinco mulheres (Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado) |
Cinco estupros ocorridos entre os meses de julho e setembro em Campo Grande foram esclarecidos este mês pela Polícia Civil. O garçom João Carlos Ribeiro da Costa, de 34 anos, foi identificado como o estuprador em série que escolhia as vítimas pela internet e roubava no intervalo entre os atos sexuais.
João foi preso no começo do mês na casa onde mora, no Jardim Morenão. Ele estava sendo procurado pela polícia desde o último crime que se tem registro, no dia 29 de setembro. Na casa dele, os policiais encontraram anotações que o suspeito fazia ao conversar com as vítimas pela internet e pertences roubados de pelo menos cinco mulheres abusadas, que têm entre 21 e 30 anos.
O garçom tinha sempre o mesmo modo de agir, situação que chamou a atenção da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Ele “fisgava” as mulheres durante conversas em sites de bate-papo e anotava o perfil de cada uma em folhas de papel.
João sempre usava as mesmas roupas pretas para cometer os crimes e quando abordava as vítimas na casa delas com uma faca, amarrava as mãos e pés com uma corda e deitava as mulheres na cama. Depois dos atos sexuais, ele vasculhava as casas das mulheres em busca de pertences, roubava, e depois cometia novos atos.
Em alguns dos casos, o homem não usou preservativo e uma das cinco vítimas era virgem. Ele permanecia até duas horas na casa das mulheres e depois de desamarrá-las e trancá-las no banheiro, o maníaco ia embora.
Em depoimento à polícia, João negou os crimes e disse que era contratado pelas mulheres como acompanhante sexual.
http://www.correiodoestado.com.br/application/themes/correiodoestado/gfx/bg-legenda.png) 50% 100% repeat-x;"> Itens foram apreendidos na casa do estuprador (Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado)
CASOS
O primeiro caso que a polícia acredita que tenha sido praticado pelo garçom aconteceu no dia 20 de julho deste ano, no bairro Aero Rancho. A vítima tinha 24 anos. Na sequência, João estuprou uma outra jovem de 24 anos no bairro Guanandi, no dia 21 de agosto.
O terceiro caso aconteceu no condomínio Villagio Parati, no bairro de mesmo nome, no dia 16 de setembro. A vítima tem 30 anos. Outro caso aconteceu no dia 18 de setembro, no bairro Montevidéu e teve como vítima uma jovem de 21 anos que saiu de casa para colocar lixo na rua.
O último caso de que a polícia tem registro foi no dia 29 de setembro, no bairro Santa Luzia e a vítima foi uma jovem de 26 anos.
De acordo com a delegada titular da Deam, Rozely Molina, em apenas um dos casos o maníaco não consumou o ato sexual porque a mulher disse estar sentindo falta de ar e aproveitou para correr e fugiu pela janela. Mesmo assim, ele responderá pelo crime de estupro em razão do ato libidinoso.
A Polícia Civil também acredita que novos casos surjam com a divulgação da imagem de João Carlos. Para evitar crimes semelhantes, a delegada aconselha mulheres a não expor a vida na internet.
“Assim como a pessoa tem que tomar cuidado quando caminha na rua, tem que tomar cuidado na internet também. Atentos a tudo e todos pode salvar vidas”, afirma Molina.
As investigações destes casos foram feitas pelas delegadas adjuntas Franciele Candotti e Marília de Brito.
NÚMEROS
Desde o começo do ano, a Delegacia Especializado no Atendimento à Mulher (Deam) registrou 69 crimes de estupros, quase a quantidade de todo o ano passado, quando foram 75 casos.
Conforme a delegada Molina, geralmente, crimes de violência sexual são difíceis de ser solucionados porque vítimas desfazem de provas fundamentais para a identificação e incriminação do autor.
“ A palavra das vítimas é de extrema relevância. Sabemos que ficam bastante fragilizadas e com vontade de se livrar o mais rápido possível de coisas que a façam lembrar do fato, como tomar banho, queimar roupas. Indícios que são fundamentais na investigação. Orientamos que a mulher abusada deve imediatamente procurar a polícia”.
Se você tiver sido vítima deste maníaco, acione a polícia pelo 190 ou no telefone da delegacia da mulher, no 3304-7575. Pessoalmente, as denúncias podem ser feitas na Casa da Mulher Brasileira, onde a delegacia funciona, na Rua Brasília, no Jardim Imá.
Fonte: Correio do Estado
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