O presidente Michel Temer (PMDB) afirmou nesta terça-feira (8) que há
estudos sendo feitos para o aumento do Imposto de Renda (IR), mas que
não há nada definido. Equipe econômica quer aumnentar a arrecadação. Até
junho, o déficit foi de R$ 56,092 bilhões.
“Há estudos, há dos mais variados estudos. São estudos que se fazem
cotidianamente. A todo momento estão fazendo planejamento nos setores da
economia, eles fazem esses estudos. São estudos que estão sendo feitos,
mas nada decidido”, disse o presidente após cerimônia de abertura da
Febraban em São Paulo.
Segundo o jornal "O Globo", parte da equipe econômica decidiu tirar da
gaveta projetos de aumentos de impostos. As ações vão desde criar uma
nova alíquota de Imposto de Renda para as pessoas físicas (que poderia
chegar a 35%), passar a cobrar IR sobre lucros e dividendos até rever
desonerações. As medidas precisam ser aprovadas pelo Congresso por meio
de projeto de lei e teriam efeito sobre as contas de 2018.
Ainda de acordo com o jornal, há pouco fôlego do presidente Temer para
conseguir concretizar medidas impopulares como essa e a que teria "maior
potencial de arrecadação seria a instituição de uma tributação sobre
lucros e dividendos, superando R$ 10 bilhões".
Medidas que voltaram à mesa de discussão:
- Criação de uma nova alíquota de imposto de renda para pessoa física –
que poderia variar de 30% a 35% para salários acima de R$ 20 mil
- Cobrança de Imposto sobre os Dividendos – os rendimentos de empresas que declaram sobre o lucro presumido
- Revisão de desonerações
- Regimes especiais, como o reintegra, que concentra os benefícios em um pequeno número de empresas
Reformas
Após ganhar uma sobrevida política com o apoio da Câmara, Temer retomou pessoalmente nesta terça, a campanha pública pela aprovação da reforma da Previdência Social.
Em discurso na cerimônia de abertura do 27º Congresso &
ExpoFenabrave, na capital paulista, o presidente da República afirmou
que aprovar a reforma política neste momento é uma maneira de assegurar
que haverá aposentadorias sociais no futuro.
"Fazer a Previdência reformada hoje é ter Previdência para o futuro. É
prever o futuro. Esta é a ideia da Previdência. Ou seja, em um país em
que este ano o déficit previdenciário é de R$ 184 bilhões e, no ano que
vem, de R$ 205 bilhões, se nós não fizermos essa reforma, será
dificílimo enfrentar os próximos anos", ressaltou Temer no evento
organizado pela federação dos bancos para discutir tecnologia da
informação das instituições financeiras.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também participou do
evento em São Paulo e afirmou em discurso que o “coração das reformas”
que o país precisa é a da Previdência e que só esta reforma poderá
“acabar com os privilégios”.
“É por isso que eu tenho defendido com muita clareza que o coração de
todas as reformas é a reforma da Previdência. Não porque nenhum de nós
queira ou nós estamos tirando o direito do trabalhador brasileiro, mas
nós precisamos acabar com os privilégios no Brasil”, disse. “Os
privilégios, tanto do setor público quanto do setor privado, que, nós
sabemos, se beneficiam do estado brasileiro e não querem mudanças”,
completou Maia.
Maia também criticou o que chamou de “ineficiência do estado
brasileiro” e afirmou que o país “não aguenta mais pagar impostos”. Ele
defendeu que após a reforma tributária se diminua o tamanho do estado.
“Esse tem que ser o objetivo dos políticos no Brasil: reduzir o tamanho
do estado, garantir segurança jurídica para que vocês (empresários)
possam produzir e gerar emprego pra população brasileira”, declarou.
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