MC Pikachu tem tumor benigno no cérebro, diz mãe. Entenda a doença

No hospital, MC Pikachu recebe apoio dos pais durante ressonância magnética - Fotos de Reprodução/Instagram


MC Pikachu, 18, tem um tumor benigno no cérebro, em um local que não pode ser operado, segundo sua mãe Rosângela Correia.





Um dos representantes do funk paulista, Pikachu irá fazer a primeira quimioterapia depois do feriado de 7 de setembro. Embora não seja maligno, o tumor é sensível ao medicamento e será combatido por meio de quimio e radioterapia, ainda de acordo com Rosângela.

O artista descobriu que tem um tumor no cérebro, em junho, enquanto tratava uma hidrocefalia.

A mãe do artista informou, por meio de mensagem de celular, que ele precisou voltar ao hospital nesta sexta-feira (31) para fazer mais exames.

“Hoje ele foi fazer um exame no líquor. Semana que vem, vai começar as sessões da quimioterapia. O tumor dele se chama germinoma, um tumor raro na pineal. Graças a Deus é benigno”, escreveu Rosângela.






Em junho, MC Pikachu passou por um procedimento cirúrgico, mas, de acordo com Rosângela, o tumor não foi retirado por causa da localização de difícil acesso. A cirurgia poderia colocar a vida do jovem em risco. “O médico garantiu que, com as sessões de quimioterapia e depois de radioterapia, esse tumor vai sair. Estou com muita fé, muita esperança”, disse a mãe.

A equipe médica que acompanha o MC liberou viagens e, por isso, a turnê que ele fazia pelo Brasil não vai ser cancelada. No próximo dia 6 o artista viaja para Belém, no Pará, onde fará o próximo show.

Germinoma é mais comum antes dos 20 anos

O neurocirurgião Eduardo Vellutini, coordenador do Centro Especializado no tratamento de Tumores no Cérebro e na Coluna no Hospital Oswaldo Cruz, explica que o germinoma é um tipo de tumor que surge nas células germinativas, que são capazes de originar células de outros tipos.





Esse tumor é mais comum em testículos e ovários, mas, em casos raros, pode aparecer no cérebro, principalmente na glândula pineal. O germinoma cerebral afeta um em um milhão de crianças e adolescentes. É mais comum em meninos e costuma aparecer antes dos 20 anos.

As causas ainda não foram totalmente esclarecidas pela ciência, mas sabe-se que existe influência genética e de fatores ambientais.
Os médicos descobriram que o artista tem um tumor no cérebro depois de ele sofrer uma dor de cabeça muito forte e um desmaio por causa de um quadro de hidrocefalia.

O tratamento para esse tipo de tumor costuma ser feito com a associação da quimioterapia e da radioterapia.

Artista operou cabeça devido à hidrocefalia

Hidrocefalia é o que acontece quando há um aumento do volume dos ventrículos cerebrais, como são chamadas as cavidades que existem no interior do tecido cerebral. Isso acontece por causa do aumento de líquor dentro do ventrículo.





Líquor é o líquido espesso que existe em todo o sistema nervoso central, ao redor do cérebro de da coluna. Além de propiciar proteção mecânica a essas estruturas, é importante para o metabolismo cerebral.

O líquor é formado no ventrículos laterais, atinge todo sistema nervoso central e é absorvido na corrente sanguínea. Esse ciclo é rápido, promovendo uma renovação total em menos de 24h.

De acordo com o neurocirurgião, a hidrocefalia pode ocorrer por dois motivos. O primeiro é quando o líquor não consegue ser absorvido para o sangue e acumula nos ventrículos. O segundo é quando existe uma obstrução na saída do líquor em algum ponto dessas cavidades e o acúmulo causa pressão sobre o tecido cerebral ao redor. Esse mecanismo é o mais frequente em tumores cerebrais – como no caso do MC Pikachu.

“Existem muitos tipos de tumor no cérebro e muitos deles podem crescer e causar uma obstrução na drenagem do líquor. Outros podem gerar um aumento na quantidade de proteína e células tumorais o que dificultaria sua absorção”, explica Vellutini.





O tratamento para a hidrocefalia pode ser a retirada do tumor e desobstrução da via liquórica. Quando isso não é possível, seja pela localização, tipo de tumor ou urgência do quadro, o procedimento mais utilizado é a colocação de um sistema de drenagem do ventrículo lateral para a cavidade abdominal com interposição de um sistema de válvula reguladora.

Fonte: R7

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