Movimentação em frente à escola Raul Brasil, onde atiradores mataram 5 alunos e 1 funcionário — Foto: Reprodução/TV Globo |
Dois adolescentes encapuzados mataram oito pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), e cometeram suicídio em seguida. Quatro dos mortos no local são alunos do ensino médio. Outros dois adolescentes foram socorridos, mas morreram no hospital. Duas das vítimas são funcionárias da escola. O ataque ocorreu por volta das 9h30 desta quarta-feira (13).
Resumo
- Atiradores mataram 8 pessoas e se mataram em seguida
- Os atiradores e as vítimas ainda não foram identificados
- 23 pessoas foram levadas a hospitais. Entre elas, há pessoas que ficaram feridas e outras que passaram mal após o ataque
- Ainda não se sabe o motivo do ataque e o vínculo dos atiradores com a escola
- Uma testemunha disse que viu um deles com arma de fogo e outro, com uma faca
- A PM encontrou no local um revólver 38, uma besta (um artefato com arco e flecha), objetos que parecem ser coquetéis molotov e uma mala com fios
- Antes de os autores do ataque entrarem na escola, um homem foi baleado em uma loja de veículos nas proximidades. A polícia ainda apura se há relação entre os dois crimes
Dentro da escola, a polícia encontrou uma besta (um tipo de arco e flecha) e garrafas que aparentam ser coquetéis molotov. Há ainda uma mala com fios, e o esquadrão antibombas foi chamado.
Estudantes se abraçam após ataque a escola de Suzano — Foto: Maiara Barbosa/G1 |
A instituição foi isolada pela polícia e há muitos alunos e funcionários chorando ao redor.
O coronel Salles, comandante-geral da PM, disse à imprensa que, antes de entrar na escola, os atiradores balearam um homem em comércio próximo à escola.
Mais cedo, a capitão Cibele, da comunicação da PM, um carro da polícia estava a caminho desse comércio, quando passou perto da escola e ouviu gritos dos alunos. "Policiais estavam indo para esse primeiro chamado e ouviram gritos das crianças. Foram então até a escola, onde os dois criminosos acabaram se matando", disse ela.
Foto mostra corpo de um dos autores do massacre na escola Raul Brasil, de Suzano — Foto: Arquivo pessoal |
Mala deixada dentro da escola onde o massacre ocorreu, em Suzano; polícia investiga se assassinos deixaram explosivos — Foto: Arquivo pessoal |
Besta, tipo de arco usado para disparar flechas, encontrado na escola em que o massacre ocorreu — Foto: Arquivo pessoal |
Garrafas que aparentam ser coquetéis molotov deixadas dentro da escola em que o massacre ocorreu — Foto: Arquivo pessoal |
Relatos de testemunhas
O estudante Rosni Marcelo Grotliwed, de 15 anos, disse que o ataque ocorreu durante o intervalo e que um dos criminosos tinha uma arma e outro, uma faca.“A gente estava na merenda e comendo normal e escutamos 'três pipocos' nisso tentamos correr para pular o muro do CEL. Os caras vieram atrás de nós e começou a matar muita gente. Mas o pente dele descarregou e foi na hora que a gente correu."
Segundo ele, um dos garotos passou com faca ao seu lado, mas ele conseguiu desviar. "Fui para a diretoria e tinha muita gente morta no chão. Eles gritavam, mas eu não entendi o que era.""Meu amigo levou facada no ombro e outro levou um tiro. Fugi com um amigo para minha casa e voltei para buscar um amigo.”
Rosni Marcelo Grotliwed estava dentro da escola quando o ataque aconteceu em escola de Suzano — Foto: Natan Lira/G1 |
Merendeira da Escola Raul Brasil, em Suzano, abrigou alunos na cozinha — Foto: Natan Lira/G1 |
A merendeira Silmara Cristina Silva de Moraes, de 54 anos, contou que ajudou a esconder 50 estudantes na cozinha.
“Nós estávamos servindo merenda e aí começou os 'pipoco' e as crianças entraram em pânico. Abrimos a cozinha em começamos a colocar o maior número de crianças dentro e fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão", conta chorando. "Foi muito desesperador, porque foi muito tiro, muito tiro mesmo e era muito pânico".
Autoridades
O governador João Doria cancelou a agenda do dia e chegou à escola em um helicóptero, acompanhado do secretário Estadual de Educação, Rossieli Soares da Silva, do secretário de Segurança, general João Camilo Pires de Campos, e do comandante da PM, o coronel Salles. Doria disse que estava "muito impactado"."Foi a cena mais triste que já assisti em toda a minha vida. Fico muito triste que um fato como este ocorra em São Paulo, ocorra no Brasil. Estou consternado, chocado", afirmou o governador.
Atendimento a vítimas
O Corpo de Bombeiros e equipes do Samu estão no local. Bombeiros de Mogi das Cruzes também foram chamados, às 9h50, para apoiar o atendimento. O helicóptero Águia, da PM, sobrevoa a escola. Toda a polícia de Suzano está mobilizada no caso.A prioridade agora é identificar as vítimas e avisar as famílias, segundo as autoridades.
A Prefeitura de Suzano informou que as equipes da Defesa Civil, do Trânsito, da Segurança Cidadã, da Assistência Social e do Fundo Social de Solidariedade estão dando suporte no local para as famílias.
A Associação Cultural Suzanense, o Bunkyo, localizado na avenida Armando Salles de Oliveira, Centro, será ponto de acolhida para familiares, enquanto aguardam informações, e também para receber a imprensa.
A escola
Segundo o Censo Escolar de 2017, a instituição possui 358 alunos da segunda etapa do fundamental (6º ao 9º ano) e 693 estudantes do ensino médio. No local também funcionava um centro de idiomas.Tiroteio em escola de Suzano — Foto: Juliane Monteiro/G1 |
0 Comentários
Deixe seu comentário...