O drama de Maria começou em 2016, quando ela deu entrada no pronto socorro com a pressão arterial em 34 por 26, quando teve AVC (Acidente Vascular Cerebral). “Eu enxergava normal, depois do AVC meu olho começou a ficar um pouco fraco e começou a sair sangue”, lembra Maria.
Com isso, os episódios de sangramento passaram a ser constantes e ela passou a não enxergar mais nada do lado esquerdo. “Uma irmã da igreja fez uma vaquinha e eu consegui fazer um exame na clínica particular. Lá, a médica disse que eu tive um descolamento de retina e que ia acabar prejudicando o olho direito também”.
Já com o resultado dos exames e sem conseguir atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde), Maria entrou com o pedido pela Defensoria Pública, que a encaminhou para o Hospital São Julião. “Quando eu cheguei lá, eles falaram que não poderiam fazer esse tipo exame e me mandaram ir para a Santa Casa. Lá na Santa Casa os médicos também falaram que não iam mexer, me mandando de novo para o São Julião que, quando voltei, disseram ‘lavar as mãos’ e não fariam a cirurgia”, relata.
Os episódios de sangramento continuaram, são quase que constantes, quando um alerta de como está o seu organismo. “Tem uns três meses que internei no Hospital Universitário, meu olho tinha sangrado também, mas eu estava tendo um infarto leve. Eles tentaram me ajudar, mas o meu nome já está na fila de regulamente do SUS, então eles não podiam adiantar”.
Para Maria, se ela encontrar um médico que realmente deseja resolver o problema dela, a visão do olho esquerdo pode até voltar. “Eu acho que me falta um médico que realmente se interesse por esse caso. No olho que não enxergo eu consigo ver o sangue lá dentro… Acho que uma cirurgia vai resolver”, acredita.
Uma emissora de televisão, aqui de Campo Grande, já reportou o caso, mas até agora nenhum especialista se disponibilizou. “Pessoas me ligaram, me ofereceram cesta básica e até dinheiro. Fico agradecida, mas eu não quero nada disso, eu quero um médico que me ajude”.
De todas as coisas que Maria viveu, ela não consegue acreditar que essa situação está acontecendo com ela. “Eu sempre trabalhei de empregada doméstica, sem registro, carreguei meus filhos pequenos e tudo mais. Um sofrimento! Só que nunca imaginaria passar por algo assim na vida. Podendo ficar totalmente cega por demora no atendimento”, conclui.
Todos os exames para passar pela cirurgia já foram feitos. Maria Madalena mora no bairro Santa Mônica, pertinho da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e hoje sobrevive com o dinheiro que ganha cuidando de duas crianças. Para possível ajuda, o telefone para contato é o (67) 9 9258-1558.
O Jornal Midiamax solicitou a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) mais informações sobre o atendimento a Maria, mas não houve retorno até a publicação da matéria.
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