Pais são presos por suspeita de maus-tratos a bebê de 3 meses, negam crime e alegam sintomas de doença rara

Foto Ilustração

Suspeita é que a criança teve a clavícula quebrada e unhas arrancadas, sendo transferida para a Santa Casa. Polícia busca elementos para confirmar ou não a inocência do casal.


Um casal de chacareiros, de 21 e 25 anos, foi preso em Camapuã, a 126 km de Campo Grande, suspeitos de agredirem a filha de apenas três meses de idade. Eles negam o crime, alegam doença rara na criança que a fez ter sintomas, como por exemplo, a queda da unha. O caso ocorreu há 5 dias e, desde então, a polícia busca elementos para confirmar ou não a inocência dos pais.





A suspeita é que a criança teve a clavícula quebrada e unhas arrancadas, sendo transferida para a Santa Casa. A assessoria de imprensa do hospital ressaltou que o bebê deu entrada no dia 26 de março, às 16h34 (de MS), com escoriações pelo corpo e a suspeita de maus-tratos. Ela permanece sedada e entubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, além de já ter feito um procedimento cirúrgico no dedo esquerdo.





Conforme a polícia, a prisão foi efetuada um dia após a internação do bebê. Na delegacia, os pais alegaram que a menina possui uma doença rara. "Eles falam que, desde que ela nasceu, houve o aparecimento de manchas pelo corpo e também de uma bactéria na região da unha, em que a unha cresce e fica com uma coloração escura semelhante a queimadura", afirmou ao G1 o investigador do caso.





Antes de residir em Camapuã, o casal disse que trabalhava em Costa Rica. "Eles falam que lá também trabalhavam em um chácara e que foram mandados embora por levar a menina ao médico, por 4 vezes. Depois, passaram por mais duas vezes no hospital de Camapuã e também no Hospital Regional (HR) da capital sul-mato-grossense. Na última vez, a mãe falou que teve o diagnóstico de anemia aguda. Hoje nós vamos encaminhar ofício e solicitar todos estes prontuários que eles alegaram", explicou.





Dia dos fatos
Uma das testemunhas que prestou depoimento é mototaxista na cidade. Ele levava a avó da bebê na propriedade rural, quando teria presenciado o momento em que o pai fazia massagens na menina. "Ele disse que presenciou algo parecido com um ataque epilético e o pai gritando, pedindo socorro e massageando a menina. No entanto, ele falou que possui curso de primeiros socorros e eles estava fazendo errado, colocando toda a palma da mão ao invés de apenas os dedos. O homem ainda disse que chegou a alertar que o pai poderia quebrar as costelas fazendo daquela maneira", ressaltou o policial.





O mototaxista então disse que foi "até um ponto mais alto, onde localizou sinal telefônico" e entrou em contato com a esposa. "Ele disse pra mulher explicar a situação no hospital próximo. Ela então teria ido e conversado diretamente com o médico, que mandou uma ambulância no endereço. O mototaxista levava o pai e a bebê na garupa, quando se depararam com a ambulância no meio do caminho. Enquanto isso, a mãe e a avó ficaram no local e, em seguida, o Conselho Tutelar foi acionado", relembrou o investigador.





O boletim de ocorrência foi feito e encaminhado ao Ministério Público. "O relatório foi para o promotor e este pediu a prisão deles. O casal permanece aqui na cadeia de Camapuã. Eles não tinham antecedentes criminais e ainda estamos investigando", finalizou.

Fonte: G1

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