Cirurgia inédita foi feita por médicos em Rio Preto — Foto: Divulgação/ Hospital da Criança e Maternidade |
O bebê que foi operado ainda na barriga da mãe para corrigir uma malformação congênita no intestino nasceu na tarde desta quarta-feira (19), no Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto (SP).
De acordo com o hospital, a equipe médica decidiu fazer cesárea ao realizar exame na mãe e diagnosticar que uma pequena parte do intestino da criança havia saído novamente do abdômen do feto.
De acordo com o médico Gustavo Henrique de Oliveira, embora o parto tenha sido realizado de maneira antecipada, a fetoscopia foi considerada um sucesso, porque a cirurgia realizada ao nascimento foi menos complexa, quando comparada à cirurgia convencional.
O objetivo dos médicos era conseguir estender o período de gestação para a data prevista do nascimento. No entanto, segundo o médico, quando os pais decidiram realizar a fetoscopia, tinham conhecimento da possibilidade de que o parto poderia ser prematuro.
Após o parto, o bebê, que nasceu com 34 semanas, 1,980 kg e 44 centímetros, foi submetido a uma nova cirurgia para corrigir novamente a malformação congênita. Desta vez, a cirurgia foi feita com o bebê ainda ligado à mãe pelo cordão umbilical. Esse tipo de procedimento já foi realizado no mesmo hospital.
O estado de saúde, tanto do bebê como da mãe, é considerado estável. A criança inicialmente ficará na UTI Neonatal e a perspectiva é que possa ser amamentada o mais breve possível.
Procedimento inédito
Procedimento cirúrgico é feito dentro da barriga da mãe — Foto: Divulgação/ Hospital da Criança e Maternidade |
O procedimento foi feito no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) na segunda-feira (17) por médicos do hospital, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, da Universidade de Taubaté e do Hospital de Baia Blanca, da Argentina.
De acordo com a médica especializada em medicina fetal, Denise Araújo Lapa, o procedimento de fetoscopia para corrigir uma gastrosquise é o primeiro a ser feito em todo o mundo.
Durante a cirurgia, quatro pequenas incisões foram feitas na barriga da mãe, por onde introduziram os instrumentos que permitem ver o interior do útero e corrigir a malformação.
Segundo o médico cirurgião Tadeu Russo Gonçalves, os benefícios ao realizar o procedimento são imensuráveis porque uma das grandes vantagens é o fato de o bebê nascer sadio, o que permite mamar imediatamente no seio da mãe e ter alta hospitalar em dois ou três dias sem correr riscos de pegar uma infecção.
Já o bebê que se submete a uma cirurgia de correção da gastrosquise após o nascimento tem as alças intestinais inflamadas, o que o impede de mamar. Consequentemente, ele precisa permanecer, em média, 30 dias internado, recebendo nutrição parenteral.
Casal formado pela vendedora Naiara e o publicitário Victor no quarto do HCM em Rio Preto — Foto: Carolina Pascholoan/G1 |
0 Comentários
Deixe seu comentário...