A ave aparentemente tranquila interagiu abrindo o bico — Foto: Ailton dos Santos/Arquivo pessoal |
O funcionário público Ailton dos Santos, de 38 anos, teve um encontro inusitado com um urutau, o pássaro que é conhecido como “ave fantasma”, neste domingo (25), em Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande.
Ailton fazia um serviço extra no dia, a poda de uma árvore no centro da cidade. Concentrado no serviço nem percebeu que pertinho, quase que fiscalizando seu trabalho, estava um urutau. Sua camuflagem fazia com que se confundisse com um dos galhos da árvore.
Somente quando estava a pouco mais de um metro de distância é que Ailton percebeu a presença da “ave fantasma”, que não se assustou ao ser descoberta, pelo contrário, abriu o bico e ainda fez um “carão” para foto.
" Eu já estava a uma certa altura do chão, fazendo a poda e só vi ele quando já estava bem próximo, foi quando aproveitei para tirar as fotos".
Ailton diz que o encontro com o urutau deixou o seu domingo “diferente”. “O contato com a natureza é sempre agradável, ainda mais quando encontramos algo incomum, que não vemos diariamente”. Logo após a foto, o urutau voou.
O pássaro fica quase que imperceptível quando está camuflado em troncos de árvores — Foto: Ailton dos Santos/Arquivo pessoal |
Quem é o urutau
O urutau é uma das espécies de aves que melhor se camuflam. As penas acinzentadas com tons de marrom se misturam às cores dos troncos das árvores, situação incomum no mundo das aves, que não costumam se camuflar. Não é atoa que o urutau é conhecido como ave fantasma. Além da camuflagem, a vocalização com sons melancólicos, o hábito de ficar parada por horas na mesma posição e as características da visão da ave chamam a atenção dos observadores.
Conhecido como “olho mágico”, os olhos do urutau são grandes e redondos, com a íris amarela. A cor chamativa não colabora para a camuflagem perfeita da ave, por isso os indivíduos fecham os olhos quando a ameaça se aproxima. No entanto, a visão não é interferida, pois a pálpebra superior possui duas fendas que permitem ao urutau enxergar, mesmo com os olhos fechados.
A forma como os urutaus se reproduzem também é curiosa, já que a ave equilibra o único ovo na ponta de galhos ocos e o incuba por aproximadamente 30 dias. Depois de nascer, o filhote é mantido pelo casal de adultos, que trocam de guarda para caçar e alimentar a cria, sem deixa-la sozinha por muito tempo.
Além da mãe-da-lua, espécie de urutau mais conhecida e observada, a família Nyctibiidae conta com mais quatro espécies, que se distinguem principalmente pelo tamanho e pelas cores.
Veja abaixo algumas das características peculiares do urutau:
— Foto: Arte/TG |
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