A vitória entre os machos foi conquistada pelos animais do lote 1, que obtiveram média de 418,7 quilos, rendimento de carcaça de 57,7% e pontuação máxima (100 pontos). Em segundo lugar, ficou a Fazenda Rancho Alegre, de Três Lagoas (MS), que arrematou o título com o lote 7, média de 324,67 quilos e 81,47 pontos.
Nas fêmeas, a Maragogipe venceu com o lote 3 ao atingir 352,1 quilos, 56,3% rendimento de carcaça e 100 pontos. A Fazenda Dois Irmãos, de Naviraí (MS), conquistou o segundo lugar com o lote 16 e escores de 268,11 quilos e 93,5 pontos. A disputa também foi marcada pela estreia da Fazenda Royal, de Paranaíba (MS), na competição. A propriedade do criador Rodrigo Rodrigues de Mello conquistou o título de lote revelação nas fêmeas com 81,5 pontos.
A premiação coroa, mais uma vez, o trabalho do criador Wilson Brochmann que, ao lado da família, consolida-se como referência absoluta na produção de carcaças meio-sangue Angus de alta qualidade. Segundo ele, o resultado advém de três importantes pilares que sustentam o rebanho da Maragogipe. Em primeiro lugar, cita o uso de matrizes Nelore selecionadas por um programa de melhoramento eficiente, trabalho que é desenvolvido em parceria com a DeltaGen. Em segundo, a escolha criteriosa do sêmen Angus para inseminação artificial, análise feita pelo próprio criador por meio de DEPs e indexadores. “É um processo criterioso e que faço com muito prazer, avaliando o uso de cada touro”, salientou. Por último, mas não menos importante, está a questão sanitária nutricional, processo essencial para garantir a apresentação de animais com alto acabamento de gordura e peso uniforme no frigorífico como visto este ano em Bataguassu. “O que levamos ao concurso é uma amostra do que temos em nosso rebanho”, frisou o pecuarista. O segredo da nutrição desses campeões, assegura Brochmann, é a garantia de desmame de terneiros acima dos 300 quilos e entrada direta no confinamento com auxílio de creep feeding e ração à base de silagem de milho, farelo de amendoim, milho moído e núcleo proteico.
De acordo com o coordenador regional do Programa Carne Angus Certificada, Maychel Borges, a conquista da Maragogipe resulta do controle perfeito que o criador tem do seu plantel. “Ele sabe alinhar muito bem a escolha da genética com o protocolo nutricional. Isso faz com que a propriedade apresente números impressionantes a cada ano que passa”, destaca. Segundo o coordenador, o Mato Grosso do Sul sempre foi um estado que se preocupou muito com a qualidade da carne produzida, e a Angus se insere nesse contexto como uma ferramenta para tornar a carne sul-mato-grossense uma das mais apreciadas pelo consumidor de cortes de qualidade. “Esse estado é um dos que mais usa genética Angus, levando maior rentabilidade ao produtor rural”, afirma.
Apesar do heptacampeonato, Brochmann garante que a Maragogipe busca, a cada ano, bater seus próprios resultados. Segundo ele, em 2019, os animais que integram os lotes campeões do concurso chegaram a Bataguassu com os mesmos 14 meses, mas 60 quilos acima do peso vivo obtido nas fêmeas em relação a 2018 e 80 quilos nos machos. “Estamos sempre buscando subir a régua, superando nossas próprias marcas com base nesses três pilares da criação”, avalia.
0 Comentários
Deixe seu comentário...