Piloto do avião preso, prestando depoimento em Paranaíba — Foto: Polícia Civil/Reprodução |
Além do piloto, também foi detido um funcionário público suspeito de participação no crime.
O funcionário público, Idevan Silva Oliveira, de 53 anos, que trabalhava no hangar do aeroporto de Paranaíba, também foi detido durante a operação. Os dois já haviam sido presos há pouco mais de 1 ano, suspeitos de forjarem o sequestro do piloto por uma facção criminosa.
As prisões ocorreram após a polícia deter Adevailson Ribeiro, conhecido como "Zóio" no fim do mês passado, no interior de São Paulo. Segundo as investigações, ele disse que o piloto arquitetou todo o plano do sequestro, e que ainda queria ser reconhecido como "herói".
Segundo Zóio, a simulação ocorreu para que o piloto utilizasse a aeronave para o transporte de integrantes de facção criminosa que fazem tráfico de entorpecente tanto na Bolívia quanto no Paraguai.
À época o piloto alegou ter sido sequestrado por dois homens encapuzados da facção, que o obrigaram a pilotar o avião, um Cessna 282 Skylane, até o Paraguai e depois para a Bolívia, para resgatar uma das lideranças do grupo. Idevan disse que foi rendido e amarrado, só conseguindo se soltar horas depois quando avisou às autoridades.
O piloto contou que foi ao Paraguai e ficou o dia inteiro em uma propriedade rural. Na manhã do dia seguinte, por volta de 06h20, os dois homens que o renderam e um terceiro homem de nacionalidade paraguaia, teriam o obrigado ir a se deslocar a Bolívia. Segundo Edmur, por volta de 14h30, ele aproveitou a distração dos criminosos e conseguiu fugir com aeronave até Cáceres (MT), onde pousou às 17h15.
Contradições
A Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (DECO) esteve em Paranaíba com trabalhos que objetivam reproduzir as versões apresentadas pelo vigia e piloto. Os policiais também ouviram testemunhas.O equipamento de GPS do avião confirma rota parecida apresentada pelo piloto, saindo do Brasil, passando por Paraguai e Bolívia. Porém, de acordo com a polícia, existem contradições. Uma delas é que o piloto e o funcionário público, que trabalhava no hangar, apresentaram versões diferentes das imagens colhidas pelo sistema de câmeras do hangar.
Outro detalhe que causou estranheza entre os policiais é o fato do funcionário público dizer que foi trancado pelos bandidos no banheiro, mas em outra parte do depoimento ele apontou outro local usado pelos criminosos para mantê-lo preso.
Avião que teria sido roubado de aeroporto em MS — Foto: Site Portal Destak Agora/Igor Lopes |
FONTE: G1
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