Os laudos periciais do IML (Instituto Médico Legal) e do IC (Instituto de Criminalística) da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo indicaram que a morte do voluntário da CoronaVac ocorreu em consequência de uma intoxicação por agentes químicos.
As informações foram divulgadas inicialmente pela emissora Globo News.
A morte do voluntário foi a razão pela qual a Anvisa paralisou os estudos clínicos da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com laboratório chinês Sinovac Biotech. A retomada dos testes foi anunciada na quarta-feira (11).
De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), foi encontrada a presença de opioides, sedativos e álcool no sangue na vítima. O laudo toxicológico, que possui seis páginas e foi finalizado na última terça-feira (10), não apontou a presença de drogas ilícitas.
O documento, assinado por uma médica legista, constata que a morte se deu por uma “intoxicação aguda por agentes químicos” exógenos - de origem externa ao corpo. A perita relata que o exame na amostra de sangue do voluntário encontrou uma grande quantidade de sedativos e de um analgésico utilizado em procedimentos cirúrgicos.
A legista descreve no laudo que o medicamento analgésico presente no sangue seria “100 vezes mais potente” que a morfina.
A respeito da investigação, a SSP informou que os laudos periciais do IC e do IML foram encaminhados à autoridade policial do 93º DP (Distrito Policial), em Jaguaré, delegacia responsável pela região onde a vítima morava.
Com relação ao trâmite da documentação na Anvisa, o governo de São Paulo informou que enviará os laudos assim que as investigações forem concluídas.
ENTENDA A ‘GUERRA DAS VACINAS’
A suspensão dos estudos clínicos da CoronaVac foi feita pela Anvisa após a agência alegar a ocorrência de um “evento adverso grave” com um voluntário do estudo.
A paralisação pegou de surpresa o governo Doria. Na terça (10), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que era “impossível” a relação entre "evento adverso grave" e com a vacina.
Foi revelado mais tarde que o “evento adverso grave” tratava-se da morte do voluntário, ocorrida no dia 29 de outubro, que foi registrada inicialmente pela Polícia Civil como suicídio. A vítima integrava o grupo que fazia parte do estudo conduzido pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
A suspensão do estudo foi comemorado por Bolsonaro. Na terça, o presidente compartilhou a notícia de suspensão pela Anvisa dos testes da vacina Coronavac e disse ter “ganhado” do tucano.
Há tempos, Doria e Bolsonaro travam uma espécie de “guerra das vacinas”, com o tucano defendendo a aplicação obrigatória do imunizante enquanto o presidente comanda um movimento anti-vacinas.
Na avaliação de aliados do presidente, Doria estaria tentando ganhar “capital político” ao encampar a produção de uma vacina contra a Covid-19 e chegaria municiado neste tema em uma eventual disputa pela presidência em 2022 contra Bolsonaro.
A paralisação dos testes ocorreu no mesmo dia em que Doria anunciou que 120 mil doses da CoronaVac chegarão ao estado ainda no mês de novembro.
Fonte: Yahoo Notícias
0 Comentários
Deixe seu comentário...