Aos 8 anos, a caçula de cinco irmãos se foi e deixou como marca naqueles que a rodeavam, o sorriso encantador e a alegria de viver. Além da homenagem dos familiares, a criança – mais uma vítima do coronavírus -, foi lembrada nas redes sociais pelos colegas e professores da Escola Municipal Cacique João Batista Figueiredo, onde fazia a 2ª série do Ensino Fundamental, em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande.
Portadora de uma doença congênita, que a obrigava a passar por três sessões semanais de hemodiálise em Campo Grande. Nos 4 primeiros meses de vida ficou no CTI (Centro de Terapia Intensiva) da Santa Casa, sempre acompanhada da mãe. Como sequela do seu problema congênito nos rins, teve que fazer um procedimento cirúrgico para conseguir urinar. Por sete anos, usou fraldas, fez cirurgias, retirou rim e há seis meses passou a fazer hemodiálise.
“Ela era uma guria alegre. Você não via tristeza nela. Se você ligar na clínica, pergunta: – quem foi a minha filha? A guriazinha de Sidrolândia que fazia tratamento lá, que vão te dizer, ela era tudo”, descreve o pai ao site Região News. “Ela estava sempre tentando fazer o melhor para os outros. Você não via ela triste, não. Era sempre sorrindo, sempre tentando alegrar a gente que conviveu com ela”.
Os pais não tinham condições e então travaram, com ajuda da Defensoria Pública, uma batalha jurídica contra a Prefeitura e o Governo, para assegurar que o SUS garantisse atendimento para filha. Só para conseguir agendar o atendimento de especialista (um urologista pediátrico), tiveram de recorrer à Justiça.
Antes da internação de Aninha no Hospital Universitário, para onde foi levada com um quadro de infecção causado por uma bactéria detectada no cateter que usava na sessão de hemodiálise, a família se preparava para iniciar outra batalha, desta vez em busca de um transplante, única esperança para ela se livrar da desgastante maratona semanal da hemodiálise em Campo Grande.
A Secretaria de Saúde já havia providenciado as passagens de avião para que a mãe, no próximo dia 12, levasse a filha para Belo Horizonte, onde passaria por consulta no Hospital Felipe Rocho, referência no País em transplante renal. Mas, este novo capítulo que poderia ser o início de um enredo com final feliz, começou a ser abortado no último dia 24 de outubro, quando a menininha, foi levada da Clínica Pró-Renal, onde fazia hemodiálise, para o Hospital Universitário, tremendo e febril. Ela não resistiu e se foi, mais uma vítima do coronavírus. (Com informações do Região News)
Fonte: Midiamax
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