Justiça vai leiloar bens da igreja de Valdemiro Santiago após calote

O apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus (16.01.2017) Eduardo Anizelli/Folhapress

A Mundial, que não nega a dívida, tentou adiar o pagamento afirmando que, com a pandemia, houve redução de atividades e perda na arrecadação de dízimos

A Justiça de São Paulo decidiu leiloar bens da Igreja Mundial do Poder de Deus em razão de uma dívida de cerca de R$ 39 mil em aluguéis.

Fundada pelo apóstolo Valdemiro Santiago, em 1998, a igreja alugou um imóvel residencial em Guarulhos (SP) em maio de 2017 para hospedar a família de um pastor.

Em dezembro de 2017, no entanto, parou de fazer os pagamentos, embora apenas tenha deixado o imóvel em novembro do ano passado, após sofrer um despejo coercitivo.

A dívida total atingia por volta de R$ 109 mil, considerando correção monetária, juros e multas, mas cerca de R$ 70 mil foram pagos mediante a penhora das contas bancárias da igreja.

O valor remanescente, de cerca de R$ 39 mil, será pago com o leilão de painéis de LED da igreja, avaliados em R$ 1,2 milhão.

No ano passado, a Mundial, que não nega a dívida, tentou adiar o pagamento afirmando que, com a pandemia do coronavírus, houve uma redução de suas atividades religiosas e perda na arrecadação de dízimos.

“Ante o fato de estarmos enfrentando uma crise de magnitude jamais vista, o Poder Judiciário deve adotar medidas a fim de amenizar o impacto e garantir o funcionamento das empresas, ainda que sejam devedoras, e a manutenção dos empregos”, afirmou a Mundial.

O proprietário do imóvel, que disse estar passando por dificuldades financeiras, respondeu que a ação era de 2018, quando não se falava em pandemia. “É um total desrespeito”, afirmou à Justiça.

Uma das maiores igrejas evangélicas do país, a Mundial diz ter 6.000 templos em diversos países.

No início do ano, em outro processo por dívida, a Justiça quebrou o sigilo bancário de Valdemiro Santiago a fim de investigar se havia confusão entre o patrimônio da igreja e o do apóstolo.

Assim que houve a decisão judicial, a igreja pagou a dívida às pressas, e a quebra do sigilo foi revogada.

Fonte: Folha de São paulo

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