Jornalista e cineasta Arnaldo Jabour morre aos 81 anos em SP

Foto reprodução

Morreu, na madrugada desta terça-feira (15), o jornalista, escritor e cineasta carioca Arnaldo Jabor, aos 81 anos.

A informação foi confirmada à CNN pela filha de Jabor, Carolina.

HistĂłria

Nascido em 1940 na cidade do Rio de Janeiro, Arnaldo Jabor Ă© filho de um oficial da AeronĂĄutica e uma dona de casa.

Ele começou a carreira jornalĂ­stica aos 22 anos n’O Metropolitano, jornal ligado ao movimento estudantil.

JĂĄ em 1967, dava seus primeiros passos como cineasta ao lançar seu primeiro longa metragem – o documentĂĄrio “OpiniĂŁo PĂșblica”, sobre como o brasileiro olha sua prĂłpria realidade.

Jabor participou da segunda fase do movimento do Cinema Novo, que, inspirado pelo neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague francesa, se contrapÎs às produçÔes no estilo hollywoodiano da época e buscou levar às telas as questÔes políticas e sociais do país.

Com a repressĂŁo da ditadura militar, nos anos 70 os diretores apelaram para caminhos metafĂłricos e alegorias para continuar sua proposta sem serem pegos pelos censores.

No final de 1972, Jabor lançou uma de suas principais produçÔes em vida – a adaptação da peça homĂŽnima de Nelson Rodrigues, “Toda Nudez SerĂĄ Castigada”. O filme conta a histĂłria de Herculano, viĂșvo conservador que jurava jamais ter outra mulher, mas conhece e se apaixona por Geni, que trabalha como prostituta.

O filme foi a quarta maior bilheteria nacional daquele ano, e recebeu, no ano seguinte, o Urso de Prata no Festival de Berlim.

Outra produção que fez sucesso foi “Eu Sei Que Vou Te Amar”, lançado em abril de 1986, que conta a histĂłria de um casal recĂ©m-separado apĂłs seis anos de uniĂŁo, e marcam de se reencontrar apĂłs trĂȘs meses sem se ver. A obra foi selecionada para a mostra principal do Festival de Cannes, concorreu na categoria de melhor filme, e rendeu o prĂȘmio de melhor atriz para Fernanda Torres.

Na década de 1990, durante o governo Collor, Jabor se dedicou ao jornalismo mais ativamente. Estreou como colunista do jornal O Globo, e posteriormente levou a coluna para a televisão, na Rede Globo, onde fez sucesso com apariçÔes no Jornal Nacional, Bom dia Brasil, Jornal Hoje, Fantåstico e Jornal da Globo.

Neste Ășltimo, inicialmente, em 1991, dividia uma coluna de um minuto Ă s segundas, quartas e sextas, com os jornalistas Paulo Francis e Joelmir Beting. Nos anos 2000, passou a apresentar a coluna sozinho.

“Abordando os mais variados temas (cinema, artes, sexualidade, polĂ­tica nacional e internacional, economia, amor, filosofia, preconceito), suas intervençÔes “apimentadas” na televisĂŁo e em suas colunas lhe renderam admiradores e muitos crĂ­ticos”, relembra o site oficial de Jabor.

Arnaldo Jabor e sua filha Carolina no Cine Livraria Cultura, Conjunto Nacional, na cidade de SĂŁo Paulom em outubro de 2014.  CrĂ©dito: ESTADÃO CONTEÚDO

Arnaldo Jabor e sua filha Carolina no Cine Livraria Cultura, Conjunto Nacional, na cidade de SĂŁo Paulom em outubro de 2014. Credito:ESTADÃO CONTEÚDO 

Fonte: CNN

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