Adolescente foge de casa por sofrer maus-tratos da mãe e tenta 'resgatar' irmão

Adolescente procurou a Depca nesta terça - Foto: Nathalia Alcantara/Arquivo Midiamax

Nesta terça-feira (23), a adolescente de 14 anos que estava desaparecida desde a última quinta-feira (18), em Campo Grande, foi até a Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). A polícia apura um possível caso de maus-tratos que a menina sofria e a mãe pode responder criminalmente.

Ao Midiamax, a delegada Anne Karine, da Depca, relatou que a menina foi até a delegacia com um carro de aplicativo. Ela chegou na unidade com as malas que fez no dia em que fugiu de casa e foi ouvida pelo setor psicossocial. Assim, contou que é vítima de maus-tratos, bem como o irmão mais novo, de 10 anos.

Também de acordo com a delegada, a adolescente deu detalhes da situação em que vive com a mãe, relatando que a mulher bebe, sai de casa por alguns dias e deixa os filhos sozinhos. Nessas condições, a menina já teria ficado sem comida em casa e acabou ligando para o ex-padrasto, que ajudou as crianças.

A polícia acredita que foi nesta situação que a mãe quebrou o celular da adolescente. Na segunda-feira (22), a mulher procurou a delegacia afirmando que a menina estaria na casa do ex-padrasto e ainda afirmando que a jovem teria um caso com ele. Ela chegou a registrar boletim de ocorrência por estupro.

Assim, a delegada Anne confirmou que vai apurar a situação de estupro, mas que a adolescente não relatou qualquer tipo de abuso. Além disso, a menina não estaria com o ex-padrasto, mas sim com uma pessoa que já foi vizinha dela e a ajudou, dando abrigo.

Conforme a delegada, esta pessoa não deve responder por qualquer crime, uma vez que não escondeu a adolescente, mas sim a acolheu, por ser uma vítima de maus-tratos. A menina contou em depoimento que, quando fugiu, tentou levar o irmão mais novo, mas ele acabou não indo.

Na Depca, a jovem deixou claro que não quer voltar a viver com a mãe. Conselho Tutelar foi acionado e deve cuidar da menina até que seja decidido para onde ela vai. Também será investigada a condição em que o menino de 10 anos está vivendo, se também configura caso de maus-tratos.

O pai das crianças também foi até a delegacia, mas contra ele já existe uma denúncia de maus-tratos, por isso não deve ficar com as crianças. Testemunhas que estavam na delegacia quando a menina e a mãe se encontraram chegaram a relatar que a mulher “Não tem atitude de mãe”.

A mulher teria feito um escândalo quando a menina chegou. “Ao invés de amparar, chegou gritando com a menina”, disse uma testemunha. O caso segue em investigação pela Depca.

Fonte: Midiamax

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