Simone Tebet comparece a reunião da equipe de transição em Brasília (Crédito: REUTERS/Adriano Machado) |
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, empossada nesta quinta-feira, afirmou que “foi parar” em uma área na qual tem divergência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de preferir uma pasta social, mas ponderou que atuará em conjunto com os colegas da equipe econômica e que “vamos deixar as divergências, se é que haverá alguma, para depois”.
Em cerimônia de posse no Palácio do Planalto, Tebet fez coro com afirmações recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao declarar que não há política social efetiva sem responsabilidade fiscal.
Segundo ela, ao externar a Lula que tinha visões econômicas distintas dos membros de sua equipe, ele mostrou ser um democrata e não querer “apenas os iguais, mas os diferentes para se somarem”.
“Não vamos descuidar dos gastos públicos, aí se verá o nosso lado firme, austero, mas conciliador”, disse. “Comungamos com a visão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da necessidade de cuidar dos gastos públicos e da aprovação urgente de uma reforma tributária”.
A ministra, quadro político da centro-direita, é parte da aliança que Lula compôs fora da esquerda na campanha para conseguir se eleger.
Em seu discurso, Tebet disse que era uma honra estar ao lado do vice-presidente e agora ministro da Indústria e Comércio Geraldo Alckmin; de Haddad, “o mais importante ministro da Esplanada”, e de Esther Dweck, ministra da Gestão. “Seremos quatro, um quarteto a favor do Brasil”, afirmou.
Tebet disse estar pronta para ajudar o governo a combater a inflação, os juros altos, o aumento da dívida pública e a fome.
Derrotada no primeiro turno das eleições presidenciais do ano passado, a senadora do MDB em final de mandato declarou apoio ao então candidato Lula no segundo turno e foi à linha de frente da busca por votos para o petista.
Apesar da indicação certa de Tebet para a esplanada dos ministérios, a escolha da pasta enfrentou uma série de dificuldades e atritos políticos.
Após tentar inicialmente ocupar o Ministério do Desenvolvimento Social e chegar a ser convidada para o Meio Ambiente, ela ganhou a pasta do Planejamento sem a função de gestão da máquina pública, além de levar apenas uma participação no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), não o seu comando.
Durante as negociações para o cargo, a senadora chegou a pedir que bancos públicos ficassem sob seu guarda-chuva no Planejamento, o que não foi aceito, segundo apurou a Reuters.
A pasta cuidará da formulação e acompanhamento do Orçamento federal, mas não terá autonomia e controle dos recursos federais, já que o cofre do governo, sob a batuta do Tesouro Nacional, estará no Ministério da Fazenda.
Em outra decisão de Lula que enfraquece o poder de Tebet, foi criado o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, com atribuições que antes eram da alçada do Planejamento. A nova pasta cuidará da coordenação da administração pública federal e controle da área de pessoal do Executivo, além de ser responsável por temas de governo digital e gestão das estatais.
Fonte: Reuters
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