O responsĂ¡vel pelos trabalhadores mantidos em trabalho escravo, preso nesta semana, vai ter que pagar multa de R$ 60 mil. O valor, determinado pelo MinistĂ©rio PĂºblico do Trabalho de Mato Grosso do Sul (MPT-MS), equivale aos direitos trabalhistas do grupo que foi resgatado em uma fazenda em Coxim, a 257 km de Campo Grande.
Segundo informações do MPT-MS, alĂ©m da multa, o suspeito ainda vai ter que arcar com as passagens de volta dos trabalhadores para a cidade de Bela Vista, que fica na regiĂ£o de fronteira do Brasil com o Paraguai, no sul do estado.
Os 17 trabalhadores foram resgatados na Ăºltima terça-feira (2) pela PolĂcia Militar (PM) apĂ³s denĂºncia anĂ´nima. Eles foram levados para a Delegacia de PolĂcia Civil, onde prestaram depoimento.
Segundo a delegada Sandra Regina SimĂ£o de Brito AraĂºjo, durante depoimento, os trabalhadores relataram o consumo de aves silvestres por falta de alimentaĂ§Ă£o. Os trabalhadores relataram Ă polĂcia que, para nĂ£o passar fome, comeram seriemas.
"Eles disseram que a alimentaĂ§Ă£o era pouca e que, quando tinha, a comida era regrada, porque nĂ£o havia quantidade suficiente para o grupo. Por isso, chegaram a matar seriemas para se alimentar. Isso aconteceu algumas vezes, segundo eles", afirmou Sandra Regina.
Outra reclamaĂ§Ă£o dos trabalhadores era a falta de Ă¡gua potĂ¡vel para consumo e o nĂ£o pagamento de salĂ¡rio, alĂ©m de condições precĂ¡rias de trabalho.
Trabalho escravo
O grupo tem idade mĂ©dia de 20 anos e hĂ¡ trĂªs adolescentes, de 15 e 16 anos. Dos 17 jovens, 12 sĂ£o paraguaios. O responsĂ¡vel, de 38 anos, foi preso suspeito de manter o grupo em condiĂ§Ă£o anĂ¡loga Ă escravidĂ£o.
Ela explicou que o dono da fazenda vendeu eucaliptos em pĂ© para uma pessoa e esta contratou uma terceira, para cuidar do trabalho no local. Um contrato de venda dos eucaliptos em pĂ© foi apresentado Ă delegada pela advogada do dono da fazenda. O responsĂ¡vel pelo grupo foi autuado em flagrante pelo crime de "reduzir alguĂ©m a condiĂ§Ă£o anĂ¡loga Ă de escravo", cuja pena prevista Ă© de reclusĂ£o de dois a oito anos, mais multa.
F: G1
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