Mulher ajudaria quadrilha a despistar polícia e levar caminhão para fronteira

Foto Divulgação
 Cada integrante da quadrilha presa suspeita de tentar roubar um caminhão em Campo Grande tinha uma função no crime, segundo a Polícia Civil. O delegado Ivahyr Luiz Campos, da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos (Derf), disse na segunda-feira (29) que a participação da mulher seria para tentar não levantar suspeitas durante o trajeto até a fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul.

"Eles [integrantes] não tem contato, então têm funções regimentadas e um não conhece o outro, para dificultar as investigações. Esse casal é de Ponta Porã e a função deles era vir [a Campo Grande] buscar a carreta, ele é motorista, e acredito que a esposa iria acompanhar para dar credibilidade, para evitar uma barreira, com a esposa na boléia, para tentar ludibriar e falar que são pessoas de bem", declarou.

A vítima foi contratada duas vezes para um falso frete em uma semana, desconfiou do crime e denunciou as duas vezes para a polícia, que acompanhou o encontro e prendeu os suspeitos.

Além da mulher e do marido, outros três homens foram presos, sendo que dois deles foram responsáveis por abordar a vítima em um posto de combustível, enquanto que o outro ajudaria a acompanhar o transporte até a fronteira, como batedor na estrada.

A quadrilha obteve informações sobre a vítima a partir de um anúncio feito em um site de serviços de frete, segundo a polícia.

"Hoje eles [criminosos] estão indo através desses sites buscar informações sobre as vítimas, então se a vítima não for muito precavida, às vezes acreditando que está sendo contratada para fazer um frete, com pessoas de bem, infelizmente na verdade são meliantes fazendo a falsa contratação para praticar o roubo", ressaltou.

O destino do caminhão seria o Paraguai, onde provavelmente seria vendido, mas a polícia ainda tem como comprovar relação entre o roubo da carreta e o tráfico de drogas ou armas.

Suspeita

Em uma semana, um caminhoneiro de 32 anos foi duas vezes vítimas de ladrões que tentaram roubar o veículo dele durante um falso frete em Campo Grande. Segundo a Polícia Civil, nas duas ocasiões o caminhoneiro desconfiou e denunciou o caso. Cinco pessoas foram presas na sexta-feira (27).

A partir da denúncia, a polícia começou a monitorar o contato e foi até o local de encontro entre os suspeitos e a vítima, em um posto de combustíveis.

A polícia monitorou o encontro e abordou os suspeitos no local. Ao serem abordados, os dois jovens confessaram o crime.

Foram presos dois jovens de 19 anos, que abordaram a vítima no local combinado para o frete, uma mulher de 42 anos e um homem de 48 anos, que vieram de Ponta Porã com objetivo de levar o caminhão até a fronteira do Brasil com o Paraguai, e outro homem de 29 anos, que seria o batedor do casal durante a viagem até a fronteira.

Os presos não quiseram falar com a imprensa. Mas, segundo o delegado, em depoimento o homem de 48 anos confessou que recebeu ordens de dentro do presídio para o roubo do caminhão, assim como a regimentação dos integrantes da quadrilha, segundo Campos.

Um dos rapazes portava um revólver calibre 357. Durante a abordagem, um dos jovens recebeu uma ligação de uma pessoa questionando o andamento do roubo, e solicitando que fosse a outro posto de combustíveis.

Nesse local, a vítima deveria ser amarrada e os suspeitos deveriam aguardar novas orientações. As equipes policiais aguardaram a chegada de um carro, de onde desceu o homem de 48 anos.

Abordado pelos investigadores, o suspeito confessou que levaria a carreta para Ponta Porã, distante 326 quilômetros de Campo Grande. Em seguida, a polícia conseguiu abordar o homem de 29 anos e a mulher, que seria esposa do homem de 48 anos.


Fonte: G1

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