Neto mata a avó com golpes na cabeça e simula roubo para tentar escapar

 Suspeito, de 21 anos, morava com a vítima desde os 10 anos de idade

 Para tentar pagar dívida de R$ 3,7 mil, Weikman Aguinaldo de Mattos Andrade da Silva, 21 anos, matou a avó, de 59 anos. Ele tentou encobrir o crime, fingindo que ela teria sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte) por assaltante.

O caso aconteceu no bairro Itamaracá, em Campo Grande, na rua Naor Lemes Barbosa.

A forma como o neto matou Madalena Mariana de Mattos Silva, que o criava desde os 10 anos, foi brutal. Na madrugada de sexta-feira (13), ele rendeu a mulher com uma "gravata", golpe de estrangulamento, e a fez desmaiar.

Depois de perder os sentidos, o neto bateu a cabeça da avó contra o chão até a morte. Esses relatos foram detalhados à Polícia Civil durante depoimento prestado no final da tarde de ontem (14).

Foi preciso preparar uma emboscada para conseguir encontrar Weikman. Ele estava fugindo de familiares desde a sexta-feira (13), evitando falar ao telefone ou encontrar com alguém. Policiais esconderam-se próximo a casa onde aconteceu o assassinato e detiveram o suspeito quando ele preparava-se para entrar no local.

Em primeiro momento, o jovem negou participação no crime, mas não conseguiu explicar o desaparecimento da avó, que morava com ele na residência que fica no Itamaracá.

Weikman foi preso e responderá pelos crimes de latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação de cadáver.

SANGUE IDENTIFICADO PELA PERÍCIA


A suspeita do crime surgiu quando a sobrinha da vítima foi à casa na sexta-feira e não encontrou a mulher e nem o jovem. Apesar de não dirigir, Madalena tinha um Celta e toda vez que saía pedia para um parente dirigir para ela.

Nessa visita, a sobrinha não viu o veículo também e achou estranho. Tentou contato com Weikman, mas ele não deu detalhes e tentou se esquivar.

Outros familiares também ligaram para o rapaz, e a cada ligação ele contava uma história diferente.

O desaparecimento foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do bairro Piratininga na manhã de ontem (14). A Perícia Oficial foi na casa e identificou mancha de sangue no bainheiro, aumentando os indícios do crime.

A situação só foi desvendada por completo quando a Polícia Civil encontrou Weikman na tarde de ontem (14), ao realizar uma operação para o deter.

DETALHAMENTO DO CRIME


O rapaz confessou que depois de asfixiar e bater a cabeça da avó no chão até a morte, ele retirou toda a roupa dela e lavou o corpo no banheiro.

Em seguida, usou edredon e capa de sofá para transportar Madalena até uma mata, aos fundos do bairro Itamaracá, perto da linha do trem. Ele também utilizou o carro da vítima. Para parecer que ela tinha sido vítima de roubo, usou faca para perfurar o estômago dela. A avó, sem vida, ficou nessa vegetação.

As roupas foram jogadas no córrego Venda e o carro foi abandonado no bairro São Lourenço, na Rua Caiová. Toda a cena tinha sido montada para tentar despistar a polícia sobre sua participação no assassinato.

Weikman disse aos policiais que pretendia vender objetos da casa para levantar R$ 3,740. Sendo que R$ 3 mil seria uma dívida que ele não deu detalhes e os R$ 740 pagaria para uma pessoa por conta de eventos que ele promoverá, mas tinha levado prejuízo.

HISTÓRICO


Familiares do suspeito disseram ao delegado Juliano Carvalho Biassio que o rapaz não era problemático e não relataram sobre uso de droga.

Apenas reconheceram que havia alguns meses que ele estava mais distante da família. Aos 10 anos, ele deixou Cuiabá (MT) para viver a Madalena. A avó o criou como se fosse filho, relatou pessoas à polícia. Antes desse crime, havia apenas boletim de ocorrência de desacato contra Weikman.


Fonte: Correio do Estado



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