Terceira onda da covid-19 é realidade em MS, alertam autoridades

Secretário de Saúde, Geraldo Resende (Foto:Divulgação)

Os números estão aí para esfregar na cara do sul-mato-grossense que a terceira onda da covid-19 nos alcançou. A nomenclatura, que já vinha sendo questionada sobre quando chegaria às autoridades, hoje é realidade no Estado, depois que o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde anunciou um caso de covid por minuto em Mato Grosso do Sul.

"Já está presente no Brasil a chamada terceira onda ou que alguns chamam de recrudescimento das ondas iniciais e mostra que a doença está muito forte. Estamos com 1,6 mil casos por dia no Estado, internações hospitalares no auge e, infelizmente, a população mais uma vez achando que está tudo normal", declara o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende.

Em entrevista ontem, após a divulgação do boletim das últimas 24h, o secretário reforça que não é que ele queira ser alarmista, mas que Mato Grosso do Sul viverá dias terríveis. "As pessoas estão com práticas que fogem, de longe, da racionalidade. Estão aglomerando, fazendo festa. Tudo o que o vírus gosta. O quadro é aterrorizante, sem querer ser alarmista, mas vamos ter muitas perdas, perdas de pessoas", frisa.

Médico na linha de frente no combate à covid e presidente do Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana Silveira, também é enfático ao afirmar que a terceira onda já chegou.

"Se trata de uma nomenclatura para a gente entender o que está dentro de um processo vira. Quando as pessoas falam em terceira onda, eu digo que no meu ponto de vista, já estamos nela", explica.

Marcelo Santana descreve que a terceira onda está bem clara até pelo número de casos. "Estamos vivendo uma fase de alto número de pessoas contaminas, que também é um reflexo das festividades de maio", se refere Marcelo às reuniões familiares do domingo de Dia das Mães.

Além das festividades, o médico também percebe que em todo País as pessoas estão cada vez menos cumprindo o isolamento. Item sempre reforçado como fundamental para conter a disseminação do coronavírus. "O que a gente precisa é de distanciamento social responsável, que não significa parar de fazer as suas atividades, mas usar máscara, manter o distanciamento das pessoas, fazer a higienização de mãos. Assim a gente consegue manter a vida com responsabilidade, sabendo que continuamos passando por um período de pandemia", pontua.

Ao contrário do que é pregado há um ano pelos especialistas, o presidente do Sinmed diz que vê diariamente festas e aglomerações reunindo pessoas sem qualquer distanciamento ou medidas de biossegurança.

"Enquanto isso estiver ocorrendo e não tivermos a maior parte da população vacinada, a gente vai ter problema e não vai parar, vamos chegar em outras ondas, na quarta, na quinta", afirma o secretário.

A previsão anunciada pela Secretaria Estadual de Saúde é de imunizar 80% da população do Estado até o mês de setembro. Considerando esta estimativa, o médico enxerga uma luz no fim do túnel que precisa ser vista por todos.

"Acreditamos que seja possível de acontecer essa imunização de 80% até porque a população do nosso estado não é tão grande, o que torna mais palpável essa imunização. A gente pede agora é um pouco mais da paciência das pessoas. Estão vendo os Estados Unidos? Já tirando a máscara, permitindo aproximações. A gente tem uma luz no fim do túnel com a vacina, só precisamos ter um pouco mais de calma e paciência agora", resume.



Fonte: Campo Grande News

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